luwithdiamonds

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Me mudei, vai la!!!

Gente, meu blog agora está em novo endereço . Tenho postado novidadades. Segue link com uma dica para o novo ano que começa após a quarta de cinzas :

http://luwithdiamonds.wordpress.com/2010/02/17/ano-novo-de-novo/

Nos vemos la!

Beijos!!!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

de mudança

Olá,

Fiquei um tempinho sem postar nada porque estou me preparando para postar muito! Mas agora em novo endereço, com um novo formato. Visite lá: http://luwithdiamonds.wordpress.com

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

***

Agradecer pelo Haiti não ser aqui.
Pedir pelos mortos e pelas mudanças na Terra.
Ajudar de alguma forma :
conflitos,
misérias,
vítimas,
órfãos,
pais sem filhos, sem nada,
pessoas e terras devastadas,
em toda parte do Mundo.
Mais um alerta vermelho, sem possibilidade de evacuação ...
Enfrentar com coração forte e alma disposta.

Com coração

O que é o caminho do coração ? 
Me perguntou um velho Mestre.
Eu fiquei sem ação.
Ele repetiu a pergunta
e eu tentei ganhar tempo...
É o caminho que me desafia ?
É o caminho que sigo sem esforço ?
É o caminho que idealizei ?


Nem mesmo para mim as respostas pareciam satisfatórias.
Ele me disse que o caminho do coração depende do que cada um sente...
Mas... e se não sinto nada ?


Só não quero é ficar só ou ser contrariada...


"CORAGEM = VIVER COM O CORAÇÃO"

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Lembrança


Aquele instante imóvel na piscina, poderia ser eterno.
Meu cabelo boiando junto ao meu corpo, enquanto eu olhava concentrada as rachaduras entre um azulejo e outro …
Isso acontecia muito na minha infância, dentro e fora d’água: uma possibilidade de me colocar onde eu via e não era vista.
Como um camaleão, eu conseguia sumir, desaparecer em mim mesma…
e a sensação que isso me causava era de extremo conforto. Algo que eu fazia sem nenhum esforço.

Eu era extremamente concentrada, distraída do todo.
Com uma capacidade plena de observar, analisar e compreender; sem falar, sem me mexer e sem chamar atenção.
Aos olhos dos outros eu era meio lenta, talvez até lesa…
Acho que, especialmente para os adultos, essa concentração era irritante, mais do que instigante.
Por ter um olhar interno focado, eu atravessava as coisas e pessoas, antes até de as perceber direito por fora.
Algumas vezes eu conseguia antecipar o que o meu interlocutor iria dizer, o que me causava grande medo.
Sei que isso tudo soa bem estranho…
Várias vezes eu era chamada `a razão por estar “viajando”…
Se as pessoas tivessem se  interessado e feito perguntas, quantas coisas maravilhosas eu poderia ter dito do que vi…e que já não me lembro mais…


O que hoje sei é que eu estava o tempo todo m-e-d-i-t-a-n-d-o.
Estado este que busco agora e que já não é tão simples. Mas, que me é fundamental, como escovar os dentes.
Pré- adolescente troquei este estado “maluco” por outro mais convencional, que me tornou adequada. Muitas vezes, escrever era a única forma de colocar para fora o que eu estava vivendo internamente. Também me trouxe muito conforto na vida. E continua trazendo.



Uma história verídica:


Certa vez sai do hospital onde a minha mãe estava internada, `a pé pelo centro da cidade, neste estado de olhar sem ver. Na verdade, eu não estava na rua me encaminhando ao ponto de ônibus. Eu continuava no hospital, ouvindo o que o médico já havia me dito e vendo todo aquele procedimento repetitivo, e ao mesmo tempo sempre tão diferente, que só entende quem fica algum tempo visitando uma pessoa muito próxima em um estado terminal.
Mas, o meu corpo estava andando para o ponto de ônibus. Lembro que perguntei a uma senhora se eu estava subindo no ônbus certo ao que ela respondeu afirmativamente. Sentei mais ou menos na metade do veículo, do lado direito, na janela. E talvez pela repetição dos meus pensamentos, entrei em um vazio... e apresento uma prova: o ônibus foi inteiramente assaltado e eu não vi, não ouvi e não fui vítima. Desconfio que os assaltantes também não me viram. Quando dei por mim, outros passageiros estavam em pânico, chorando e um dos assaltantes descendo as escadas pela frente, nervoso e armado.
Lembro bem da falação e eu me dando conta do que tinha acontecido. Tanto da moça `a minha frente, quando da senhora atrás eles roubaram pertences e dinheiro…e a minha sensação é realmente de que eu não estava presente. E não devia estar mesmo! Sai do ônibus confusa…como na minha infância fui absorvida para dentro de mim mesma. É a única forma que encontrei para explicar.


quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

sem margens, mas com limites

Alargou-se o pensamento
que de tão grande
já não vejo as margens...
Alargou-se o movimento,
veio consistente, persistente,
no intúito de encontrar...
Libertei minha essência
te encontrei nela,
e me deu medo.
Vi o meu sorriso,
no teu rosto sorrindo,
e a sua fala,
na minha boca falando,
e o mesmo sentimento,
escondido, inibido,
quase pedindo desculpas,
sem querer ultrapassar 
limites declarados.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Uma historinha leve

Uma historinha leve para desanuviar...


Desenho: Giulia Gallo

Oito horas da manhã.
O despertador toca tirando Ariela lentamente do sonho que vai se esvanecendo aos poucos.
Uma leve abertura de olhos que num segundo tornam a fechar, é suficiente para que a luz do dia invada a mente dela.
Mas, o que vai dentro de Ariela ainda é aquela sensação gostosa de cama quente, primeira hora do dia, repleta de silêncio interior.

É verdade que isso dura pouco. Logo, os primeiros pensamentos do dia  – a discussão com o namorado ontem de noite, a dificuldade de se comunicar e o sentimento de incapacidade lhe chegam de uma só vez .
E são essas lembranças que tomam o corpo de sensações ruins, como aperto no peito, angústia e aflição.

O telefone toca e a não ação.
Vira-se de lado querendo dormir de novo mas, é impossível. A mente de Ariela já acordou. Mesmo assim ela fica imóvel, aproveitando mais um pouco o conforto físico.

Já são nove horas e vai ser difícil chegar a tempo no primeiro compromisso do dia.

Não vai dar para tomar café da manhã ,e o humor dela nunca é dos melhores quando a manhã se inicia com pressa.

Sem se quer  espriguiçar ela sai da cama num impulso e sente uma pequena contração no pescoço. Corre para o chuveiro e descobre já encharcada que não há sabonete no box. Sai do chuveiro com frio e começa a procurar nas gavetas e armários do banheiro onde por diabos foram guardados os maravilhosos sabonetes que comprou na véspera. Finalmente os encontra e volta ao banho.
Era preciso lavar o cabelo mas, não vai dar tempo. 
O banho acontece em menos de 5 minutos. Uma corrida até o closet para escolher uma roupa e a sensação de tristeza pela briga da noite anterior a invade novamente.
Sentada e desanimada, ela olha para as roupas milimetricamente dobradas e arrumadas pela cor e ali gasta mais preciosos 15 minutos sem ação.
Poderia combinar a calça cinza com a blusa de seda preta que não teria erro. Mas como os pensamentos ainda não estão bem colocados, concentrar-se passa a ser uma missão impossível.

Ariela pensa em ligar para o namorado, mas sabe que não tem tempo para isso. Ela tem um encontro com um importante representante francês no escritório `as dez horas.

Diante do closet lotado e de sua incapacidade de decisão, Ariela começa a mexer o pescoço em sentido rotativo na intenção de soltá-lo. E em voz alta resolve reclamar a Deus sobre o que a incomoda: “ já não basta essa angústia, a correria, o atraso, ainda vai me deixar com torcicolo ?”

Dez horas.
Ariela ainda está de calcinha e sutien.
Depois de muito bagunçar a área bege/marrom de seu closet, escolhe uma saia pregueada , calça as belas botas de salto fino e continua procurando por uma blusa creme entre as vinte blusas da mesma cor e de todos os tipos que tem em seu armário. Já com raiva, reinicia suas reclamações em voz alta:
 “E então, tá gostando , se divertindo comigo hoje ? Resolveu fazer da minha manhã um inferno ? ”

Ariela volta ao banheiro para pentear o cabelo e subtamente escorrega na aguaceira que deixou no piso ao procurar o sabonete. Ela tenta se equilibrar, mas os saltos muito finos facilitam a queda.
Ela bate com a cabeça no armário da pia, cai estirada no chão, as pernas para o ar, a roupa molhada, o torcicolo que piora, os palavrões que vem a boca, as lágrimas que escorrem dos olhos, a raiva, a raiva, a raiva.

Ariela está novamente deitada. Agora , no chão frio, completamente atrasada e repleta de descontentamento interior.

Ela chora e soluça. Chora pela dor física, mas principalmente pela briga com o namorado na noite anterior.
Finalmente, depois de algum tempo e do desabafo, Ariela consegue se levantar com calma e com a decisão de não ir mais ao trabalho.
Ela caminha até a sala para pegar o telefone e humildemente se desculpar por desmarcar em cima da hora uma reunião tão importante. Mas, como a luz da secretária eletrônica está piscando,  ela resolve ouvir o recado:
“ Ariela, O Sr. Renault desmarcou a reunião de hoje. Parece que ele sofreu um acidente doméstico, mas, não é nada grave. Ele poderá vir amanhã. Pediu que vc ligue para remarcar. Até mais tarde.”

Moral da história 1: não brigue com seu namorado na véspera de uma reunião importante.

Moral da história 2: sempre pode ficar pior.

Moral da história 3: nunca deixe de atender o telefone